sábado, 25 de setembro de 2010

Porcos, presidentes e a ditadura consentida – Parte I

Aproveitando a véspera da eleição, tentarei fazer uma breve análise do porquê de Lula ter uma taxa de aprovação tão grande, e de porque, ao que parece, ele conseguirá praticamente sozinho eleger a próxima presidente da nação.




Sempre procuro escrever no Blog sobre coisas que aparentemente não têm nada a ver uma com a outra, mas que no fundo têm. E, lendo o livro “A Revolução dos Bichos” (tradução de “Animal Farm”), percebi nitidamente fortes ligações da história contada no livro com a trajetória de Lula no poder.
E as semelhanças não param por aí, já que o livro em si já é uma sátira de outro fato ocorrido no passado. O comunismo disseminado pela já extinta União Soviética.


Bom, mas do que se trata a história afinal?
Para os que não a conhecem, trata-se da história de uma revolução ocorrida em uma fazenda. Uma revolução dos animais da fazenda contra os seus opressores, os fazendeiros.
A revolução se inicia embasada em argumentos bastante justos. Os animais trabalhavam sem parar na fazenda, ofereciam lã, leite, ovos e até mesmo a própria carne. E, no entanto, todo o lucro e conforto ficavam apenas para os fazendeiros.

A revolução foi liderada pelos porcos, os animais mais inteligentes da fazenda, mas aí é que estava o problema! Sendo eles tão mais inteligentes que todos os outros animais, não resistiram à tentação de dominá-los.
Mas, diferente do domínio dos humanos, não foi obtido na base do chicote, das cercas, da força ou do cabresto (pelo menos não de forma aberta).

E como, então, foi conseguida a liderança?
A origem de tudo foi a certeza por parte de todos os animais de que os humanos eram a origem de todos os seus problemas. Os porcos, a essa altura, ainda não eram os líderes. Os animais eram todos um único grupo, unidos em torno de um objetivo comum. Tomados pela empolgação de que tudo poderia (e deveria) mudar, e impulsionados por ideais e desejos que rapidamente se alastraram, logo conseguiram expulsar os humanos da fazenda e tomaram o poder para si mesmos.


Os porcos não se impuseram como chefes, líderes ou donos de qualquer coisa. Eram apenas os que, “por coincidência”, eram os mais preparados, e por isso se “sacrificariam” para liderar os animais rumo a uma vida nova e muito melhor.
Aos poucos os porcos foram obtendo cada vez mais vantagens em relação aos outros animais. Melhor comida e em maior quantidade; melhor moradia, mais segura e mais confortável; e, além disso trabalhavam cada vez menos, enquanto os outros animais trabalhavam cada vez mais, até chegar ao ponto em que já estavam trabalhando mais do que sob o domínio dos homens.

Mas, ainda assim, os animais continuavam se dedicando, continuavam apoiando os porcos e dando suas vidas por eles. Estavam novamente sendo explorados e vivendo uma ditadura perversa e opressora. Mas, desta vez, sentiam que esse era o caminho, sentiam que esta era a melhor opção, estavam cegos com relação a todos os absurdos que agora voltavam a viver.


Era uma nova ditadura mas, desta vez, uma ditadura consentida.


Como isso teria sido conseguido? E que semelhanças teria com o índice de aprovação de Lula, que gira em torno dos 80%?


Para saber, leia os Posts que serão publicados em breve!
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