Esquecendo um pouco as outras abordagens, vamos analisar os políticos do ponto de vista da teoria evolucionista de Darwin:
Poder-se-ia concluir que quem nasceu primeiro foi o ovo. Uma hipotética “pré-galinha” (chamemos assim o animal que veio antes da galinha como a conhecemos) teria botado um ovo, mas, através de casuais mutações aleatórias, a suposta pré-galinha JR, dentro do ovo, teria se tornado uma galinha. Como a pré-galinha JR teria alguma vantagem competitiva, teria sobrevivido e prosperado, formando assim uma grande família de galináceos modernos.
(Utilizei o futuro do pretérito porque, logicamente, este texto saiu da minha cabeça e está totalmente sujeito a erros de natureza histórica e, principalmente, biológica)
Eu acredito que, se Darwin estivesse entre nós, diria que “O Político” teria nascido de um “Cidadão Standard” a partir de uma mutação aleatória (e maligna) e que, devido às suas “vantagens competitivas” de um predador nato muito mais adaptado ao ambiente hostil que se tornou a sociedade brasileira, prosperou e criou sua própria colônia, predando e arrasando tudo o que encontra em seu caminho.
Porém, holisticamente falando, poderíamos dizer que não há uma causa e uma conseqüência, num sistema newtoniano de transferência de energia.
Esta análise é feita sempre desta maneira porque fomos condicionados a pensar reducionistamente, algo tem que ser a causa e a outra parte passa a ser conseqüentemente a o efeito. Se não conseguimos detectar quem é quem, ficamos sem ação, não sabemos o que fazer.
E porque é que na política não podemos fazer esta análise newtoniana?
Acredito que as limitações encontradas neste contexto são as mesmas limitações encontradas pela ciência quântica moderna (mas logicamente isto é apenas uma analogia).
Aqui também não temos a possibilidade de um observador independente. Fazemos parte desta “experiência”. Influímos no que nossos políticos se tornam e eles influem no que pensamos sobre a política.
Além disso, a interação deve ser vista mais como um entrelaçamento de fatores e probabilidades de eventos que interagem entre si do que como uma simples interação Causa x Efeito.
Lidamos também com uma infinidade de eventos ocorrendo simultaneamente de uma maneira extremamente complexa e de uma forma que nunca podemos prever um acontecimento, apenas estimar probabilidades da ocorrência do mesmo.