domingo, 20 de dezembro de 2009

Essa Megalópole... pulsante...


Para descontrair (mas prestem atenção!!!) assistam o vídeo abaixo:



Marco Luque, um gênio cuja sagacidade se mantém, em grande parte, incompreendida por nós, reles mortais, faz uma brilhante analogia entre uma megalópole e um organismo vivo, onde “... as avenidas são as artérias, as ruas são as veias, com os glóbulos vermelhos indo e vindo”.

Mas se, no cinema e na TV, a vida imita a arte, em Gaia “a vida imita a vida”.
Uma célula é um organismo vivo, capaz de se auto-regular e de criar sua própria estrutura, assim como mantê-la, agindo ao mesmo tempo como um ser único e também como parte integrante de um “todo” maior. E assim também é um tecido, ou um órgão, um sistema, um organismo (com suas artérias e veias), um grupo, ou até mesmo uma sociedade (com suas avenidas e ruas), todos têm sua autonomia, mas ao mesmo tempo são sempre parte de algo maior, completando um entrelaçamento de interações através de complexas redes.

Agora, por enquanto, abstraiam um pouco o vídeo e prossigam no Post:

Aproveitando a polêmica sobre Gaia representar, literalmente, que a Terra é um organismo vivo (ou não), colocarei um pouco mais de lenha na fogueira.
Bom, porque a Terra não pode ser considerada um organismo vivo?

Conforme vimos no Post anterior, há muitas analogias possíveis a serem feitas entre a Terra e um ser vivo qualquer.
A Terra tem seus elementos que a mantém saudável, assim como temos nossos anticorpos. Ela tem seus sentidos que garantem a “re-alimentação”, assim como temos tato, olfato, paladar, visão e audição. Dá sinais de fraqueza e desequilíbrio, assim como temos febre e dores. E, como todo e qualquer ser vivo, pode adoecer, pode não conseguir ser mais forte do que os males que a afligem. Então porque ela não pode ser considerada um organismo vivo???

Porque ela é composta de mais matéria “morta” do que viva?
Mas quanto de nosso corpo não é matéria morta? Cabelos, pêlos, unhas, pele já morta etc. E o que se pode dizer de uma árvore, por exemplo? Quantos % de sua composição não tem vida? Ao que me consta, 97% da madeira constituinte de uma árvore é madeira “morta”. E o que dizer de uma água viva? Até 98% só de água!

Também se pode alegar que, ao contrário do caso de organismos vivos, a pouca vida que há na Terra são vidas independentes, não têm suas funções voltadas para o bom funcionamento da Terra.
Mas, será que não mesmo? Organismos vivos e não vivos trabalhando em conjunto para regular os gases da atmosfera terrestre, regular sua temperatura; plantas captando energia da luz e transformando em energia consumível pelos outros componentes deste organismo maior; tantos elementos trabalhando em conjunto, o que um consome o outro produz e vice-versa; e, além do mais, tudo isso forma um ciclo perfeito... por que isso não poderia ser considerado vida?
Além do que, nossas células também têm sua autonomia não têm? Pelo menos até certo nível. E existe também o caso das esponjas do mar que, a nós, parecem um ser único, mas suas partes têm alto grau de independência.

Uma coisa é inegável: o ser humano parece ter a clara capacidade de contrariar a todas as tendências e padrões, parece desafiar até mesmo a lógica. Mesmo dependendo da Terra, muitas vezes prefere não se dar conta disso e continuar com sua destruição, sendo assim, talvez realmente sejamos corpos estranhos nesse organismo chamado Gaia.

E, sendo assim, cabe agora rememorarmos o grande filósofo urbano (mesmo título dado a Glauco “Pesgalo”, que tantos Comments tem deixado no Blog) Marco Luque:

Afinal, o que somos nós??? Bactérias? Vírus? Ou Lactobacilos vivos???

É hora de decidir!!! ;D

3 comentários:

Unknown disse...

kkkk....eu assisti essa parte ao vivo no jô...

queria protestar pelo fato de você ter omitido na citação da analogia os motoboys...kkkk..por que será né...rs...

Se procurarmos uma definição científica para organismo vivo, teríamos alguns quesitos que deveriam ser verdadeiros. É verdade que a Terra atende a muitos dos quesitos mas falha em um deles: Reprodução, a capacidade de gerar entidades semelhantes a si própria.

Mas esse post me lembrou o filme "Vírus" onde uma "entidade" alienígena se referindo a humanidade diz: "You are the virus of the world".

Nesse mesmo sentido em "Matrix" Mr. Smith se dirige a Morpheu que estava dopado e servindo de isca para capturar Neo:

"Eu gostaria de te contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando eu tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos. Todos os mamíferos do planeta instintivamente entram em equilíbrio com o meio ambiente. Mas os humanos não. Vocês vão para uma área e se multiplicam e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. A única forma de sobreviverem é indo para uma outra área. Há um outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe qual é? Um vírus. Os seres humanos são uma doença. Um câncer neste planeta. Vocês são uma praga. E nós somos a cura."


Rodrigo Letang

Unknown disse...

Rodrigo terá que me desculpar, mas a citação "Vocês são uma praga. E nós somos a cura" na verdade foi dita primeiro por Stallone Cobra: "Você é a doença, eu sou a cura".

Claro que a filosofia de Stallone não é lá muito ortodoxa, mas enfim, como ainda existem muitos seguidores do Sr. Maluf (Rota na rua !) fica ai resaltada a origem... XD

Em relação a não se reproduzir será que talvez possua uma gestação de (quadri)(tri)(bi)(mi)lhares de anos? Na origem do universo dizem os chutadores, ou melhor, cientistas que através de milhares de colisões foram se formando os corpos celestes. Será que as tais colisões não foram de certa forma uma reprodução? Afinal os seres humanos não se reproduzem a partir da colisão de gametas masculino e feminino?

Há também o fato de sabermos mais sobre a constituição do espaço do que da própria Terra e suas profundezas, não é raro aparecer imagens de animais marinhos de trocentos metros de comprimento no Discovery e semelhantes que nunca tinham sido vistos antes, isso porque o oceano é líquido, imagine até chegar ao centro da terra...

Fábio Hideki Kawauchi disse...

Rodrigo:
É... acho que a abordagem do homem como um ser prejudicial à Terra (e a nós mesmos, conseqüentemente) é mesmo comum (e não por coincidência). Aproveito para lembrar mais um (livro/filme): "Eu, Robô", onde as máquinas tentam nos eliminar pois chegam à conclusão (aparentemente acertada) de que para garantir a vida na Terra é preciso eliminar os humanos.
P.S.1: Realmente a reprodução parece um ponto falho, foi muito boa a observação.

Pesgalo:
É impressionante a abrangência de assuntos que o Blog consegue atingir com ajuda de Comments tão ricos! De Alienígenas e Agentes virtuais a Stallone Cobra e o personagem mais épico dentre todos eles... Paulo Salim Maluf!
P.S.2: A "reprodução" da Terra realmente foi uma filosofada e tanto! Muitíssimo boa a observação! rs

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