quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Feliz 2010!!!

É... o ano praticamente acabou e já faz um tempo desde o último Post, então, para encerrar o ano com chave de ouro, vamos ao último Post de 2009!




Resumo do Post:

Acho que a finalização deste ano foi uma prova viva de que as coisas dificilmente podem ser entendidas isoladamente, e de que cada coisa deve ser vista como uma complexa rede de interações entre outras coisas.

Frase um tanto quanto confusa, não? Mas fica bem clara analisando-se o triste fim da COP 15 (Conferência de Copenhague).
Será que o lamentável fim se deu por conta das autoridades que são incompetentes? Será que a culpa é da cobiça dos mais ricos? Da arrogância dos poderosos? Ou será que ela falhou simplesmente porque é composta de seres humanos, como eu e como você...

Only to the braves:
O ano acaba e são muitas as pessoas que têm toda a certeza do mundo de que precisam levar uma vida mais saudável, abandonar uma velha vida e iniciar uma totalmente nova (e mais “sustentável”).
Porém, o que se vê é que, apesar do consenso, pouca gente se dispõe a “sacudir o esqueleto” e se regrar para manter atividades físicas regulares... tampouco querem abdicar daquela saborosa pizza de sábado a noite ou daquela cervejinha gelada de sexta-feira com amigos – e confesso que neste segundo grupo eu me incluo ;). E, acima de tudo, todos enchem a boca para falar das atitudes que as autoridades tomam ou deixam de tomar, mas quem é que se dá ao trabalho de, por exemplo, reciclar o seu próprio lixo???
Mas então, como esperar novos resultados mantendo-se os velhos hábitos???

Acredito que o que aconteceu em Copenhague foi algo semelhante. Todos concordam que é preciso dar ao planeta uma vida mais saudável e sustentável, mas quem é que quer suar a camisa para trazer ao mundo soluções mais ecológicas para os problemas atuais? Quem é que quer abdicar de devorar os (já escassos) recursos da natureza para aumentar sua própria riqueza? Quem é que quer gastar seu próprio dinheirinho com um problema que é global???
Que o façam os países ricos, que têm muito mais culpa no cartório e condições no bolso!
Que o façam os chineses, que para crescer rapidamente estão desrespeitando o planeta!
Que o façam os vizinhos! Qualquer um que não seja eu!

É muito fácil empurrar a culpa para as autoridades, mas me parece que precisamos analisar a conferência não como uma cúpula de malfeitores, mas sim como uma complexa interação de pessoas tão humanas quanto qualquer um de nós e que, da mesma forma, têm seus defeitos e limitações.

Mas aproveitando o ensejo, quando será que nós, humanos, chegamos à conclusão de que o mundo está aí para ser explorado?



Uma hipótese que me parece interessante é a de que, o que mudou, foi a forma como a humanidade encara o mundo onde vive.
Nos primórdios (mas bem nos primórdios mesmo) estávamos totalmente à mercê da natureza. Do frio, da chuva, dos ventos, do calor, da seca e etc. Mas, com o tempo, dominamos o fogo, aprendemos a manusear ferramentas, a construir, a armazenar, planejar mas, ainda assim, a natureza continuou sendo um grande mistério. Para alguns, fruto da ira ou satisfação de grandes Deuses (como Zeus, Hera, Atena ou Apolo); para outros, cada elemento era um Deus diferente (como o Sol, a Lua ou as águas). Depois disso, acabamos percebendo que as coisas não eram bem assim, mas, mesmo nesse momento, o planeta Terra permanecia sendo o santuário das criaturas mais “importantes” do universo (nós, é claro...), criaturas habitantes do grande centro “antrópico”.



Mas aí veio toda a revolução científica e a descoberta da “natureza mecânica” da Terra. O mundo já não era mais composto de Deuses, nem era o centro de tudo, apenas um pequeno fragmento levitando em um gigantesco universo regido pelas rígidas leis da física clássica.
A “Mãe Natureza” já não parecia tão maternal assim, o mundo assumiu uma característica muito mais semelhante a um mecanismo a ser decifrado, controlado e explorado em nome de nosso bem-estar.
A partir daí, nos vimos no direito de ver o mundo como um conjunto de engrenagens a ajustar de forma a otimizar seu uso, nos vimos no direito de usar, modificar e até mesmo exterminar cada “peça” dessa gigante “máquina”.

Bom... mas que venha 2010, e que este seja um ano de muitas reflexões, reavaliações mas, principalmente, ações e realizações! Feliz 2010 para todos os leitores!!! :)


6 comentários:

Unknown disse...

A mudança no modo de encarar o mundo trata-se do "medo do desconhecido". A medida que passamos a conhecer e a entender passamos também a perder o medo. E nessa perda nos sentimos livres pra fazer o que bem entender com o novo conhecimento adquirido.

Certa vez disse um grande filósofo:

"O medo é o pai da moralidade." (Friedrich Nietzsche)


Abraços e Feliz Ano Novo a todos!


Rodrigo Letang

Wagner disse...

Lendo esse post me lembrei do filme "AVATAR".
Acredito que o homem esteja muito mais interessado em achar um outro planeta a ser explorado,prá não dizer devastado, do que achar soluções para preservar a Terra.
Me lembro também de uma passagem do filme "MATRIX", onde o Morfeu diz que o homem na verdade é um vírus que adoece a Terra.
Sempre penso que se nesse exato momento o homem deixasse de existir toda a natureza terrestre se recuperaria em pouquissimo tempo. Mas acredito que como todo orgânismo vivo a Terra já está reagindo e tentando expelir esse vírus que está lhe causando tantos sintomas, como febre (aquecimento global), tremedeira devido a febre alta (terremotos) entre outros.

FELIZ 2010!!!!

Unknown disse...

realmente, no post anterior eu também lembrei dessa passagem do Matrix. Já que você lembrou vou citá-la novamente:

"Nesse mesmo sentido em "Matrix" Mr. Smith se dirige a Morpheu que estava dopado e servindo de isca para capturar Neo:

"Eu gostaria de te contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando eu tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos. Todos os mamíferos do planeta instintivamente entram em equilíbrio com o meio ambiente. Mas os humanos não. Vocês vão para uma área e se multiplicam e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. A única forma de sobreviverem é indo para uma outra área. Há um outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe qual é? Um vírus. Os seres humanos são uma doença. Um câncer neste planeta. Vocês são uma praga. E nós somos a cura.""

Rodrigo Letang

Fábio Hideki Kawauchi disse...

Wagner: Muito obrigado pelo comentário! Realmente o filme Avatar (embora force a barra em alguns momentos, rs) tem alguns toques do conceito de Gaia... Matrix também é um filme que se enquadra em muitos contextos, é realmente muito bom!

Rodrigo: Acho que o grande desafio dos líderes de hoje (seja nas empresas, nos grupos ou onde for) é exatamente este... conseguir a colaboração sem precisar apelar para o medo... com certeza um desafio e tanto...

FELIZ ANO NOVO A TODOS!!!! QUE VENHA 2010!!!!

Unknown disse...

Realmente, querido Hideki, não podemos ser tão intolerantes e sair culpando a todos...Mas podemos cuidar da nossa aldeia, mantendo hábitos ecológicos, isso não significa que nunca poderemos fazer mais o que gostamos. Significa que temos a maturidade de encontrar maneiras que agridem menos a natureza e q a conserva. Sendo mais didática, tendo hábitos comuns de forma equilibrada, como economizar água, plantar e cuidar das nossas árvores, ser solidário nunca é demais. Abs e feliz 2010!!!

Fábio Hideki Kawauchi disse...

Olá Paulinha! bom ver que voltou a conseguir comentar! :)

Eu acho que pequenas ações não salvarão o mundo, mas, se todos pensassem nas pequenas ações desde sempre não teríamos chegado no ponto de degradação onde chegamos...
Então, se não podemos salvar o planeta, seria bom pelo menos não piorar ainda mais né?

Afinal: "Muito ajuda quem não atrapalha!", rs

Bjs!

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